Que na vida
tudo é uma questão de escolhas todos sabemos. Mas acabei de ver um vídeo que me
fez pensar o porquê de algumas escolhas serem tão mais difíceis que outras. Simplesmente
porque quando você escolhe algo, está abrindo mão de outras coisas que podiam
ser vividas. E não é tão simples quanto pegar um papel e listar os benefícios e
os sacrifícios que cada caminho tem para oferecer que vai ajudar porque muitas
escolhas não são tão racionais. Não podem ser tão racionais. E mesmo que você
tenha mil motivos para não escolher um caminho, se seu coração te diz que mesmo
assim esse é o seu caminho, por que não tentar?
Tem
escolhas que não são fáceis, mas que te fazem um bem tão grande que vale à
pena. Foi assim quando decidi perdoar a minha mãe. Claro que antes de tudo eu
esperei o tempo dela para ela se perdoar. Foram 30 anos. Mas perdoei. E não me
arrependo.
Há 46 dias
eu estou remoendo para mais uma escolha difícil. Eu não tenho e nem quero mais
esperar 30 anos. Ambos os lados me trarão coisas boas e perdas. Mas esse
deserto eu preciso atravessar sozinha.
Ora, no
auge dos meus 35 anos, eu já sei o que me faz bem e o que me faz mal ou o
perfil de pessoas que me fazem bem ou mal. Eu já estive no fundo do poço e foi
lá que eu mais aprendi porque os melhores ensinamentos vêm no fracasso e não no
sucesso.
Eu me
orgulho muito do que sou e onde estou hoje. Hoje não me considero apenas engenheira,
hoje eu sou uma realizadora de sonhos. Dos meus sonhos. Eu quis ser engenheira
desde pequena, e faz 12 anos que me formei em engenharia, eu quis morar sozinha
e há 11 anos eu tenho um lar para chamar de meu, eu quis assumir uma gerência
antes dos 35 anos (lembro que sempre o RH me fazia perguntas do tipo: o que
você quer ser em 5, 10, 15 anos e eu sempre respondia que queria assumir uma
gerência antes dos 35), eis que aos 33 anos, mais este sonho foi realizado. Eu
tinha algo que também queria há anos e eu sempre colocava empecilhos: eu queria
morar em outro país. Mas para uma pessoa que já teve tantas perdas é difícil
largar tudo e ir tentar a vida em outro lugar com uma filha pequena. Eu sempre
imaginava o que seria da minha filha se algo acontecesse comigo e ela estivesse
sozinha, pequena, em um lugar que não tinha família e falando uma outra
língua.... Esse era mais um obstáculo que eu mesma colocava entre eu e meu
sonho.
Mas hoje
estou aqui, do outro lado do mundo, com minha filha. Ela, por sinal, se adaptou
mais rápido do que eu. Todos os dias traz
uma novidade da escola nova, sempre muito empolgada porque ela também está se
desafiando. Ora, “se fizermos apenas o que sabemos, jamais seremos melhor do
que já fomos um dia”
Então por
que o medo de uma escolha? Por que demorar 46 dias e ainda não saber que
decisão tomar se tantas outras mais complexas já foram tomadas e já foram
vencidas? O barco é meu e eu escolho quem vai entrar dentro dele e escolho que
direção remar meu remo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário